O Estado
de São Paulo, majoritariamente agrícola, já passou por alguns cilos do açúcar ,
desde a chegada dos portugueses na época da colonização, até os dias
contemporâneos. Normalmente, as grandes usinas de açúcar paulista começaram a
se consolidar a partir do declínio da lavoura do café, quando a cana vem
substituir esta que era a principal atividade agrícola. No entanto, em meados
do século XIX não eram incomuns pequenos e médios engenhos, voltados a produção
de aguardente espalhados pelo sertão. Alguns destes engenhos deram origens a
grandes usinas. Contaremos a seguir um breve histórico sobre uma delas, e sua
pequena ferrovia particular. Conheçam a Usina Esther.
Fora
fundada em 2 de junho de 1898 uma empresa em regime de comandita simples de
nome "Arthur Nogueira e Cia" pelos investidores Arthur Nogueira, José
Paulino Nogueira, Paulo de Almeida Nogueira, Sidrack Nogueira e Carlos Silva
Telles, que efetua a compra da Cia Sul Brasileira e Colonizadora (de
propriedade do Barão Geraldo de Rezende) de uma área de 6000 alqueires
paulistas na região de Campinas, próximo a atual cidade de Cosmópolis. Eram as
terras de 4 fazendas, sendo elas, Fazenda do Funil, Fazenda da Grama, Fazenda
São Bento e Fazenda Boa Vista. A do Funil era a maior delas e possuía um
engenho de aguardente como produção de 62000 litros por ano.
Em 1903 é
dado inicio a construção da usina de açúcar, em melhoramento ao tal engenho,
melhorias e aumento do canavial por toda a extensão das terras. Em 1905 é dado
início ao processo de fabricação, com capacidade para 40000 sacas. Neste
período a usina era denominada "Engenho Central". Apenas em 1907 é
que forma-se uma sociedade anônima, denominada "Usina Esther", em
homenagem a dona Esther Nogueira, esposa de Paulo de Almeida Nogueira, o
primeiro presidente da empresa.
Sua rede
ferroviária tinha 40 km de extensão em bitola de 60 cm e 5 locomotivas a
vapor para tracionar os vagões de cana, que eram belgas da marca “DYLE”. Sua
primeira locomotiva fora adquirida pela norte americana Baldwin em 1899. Porém,
anos mais tarde, cede seu número à outra maquina, de origem inglesa, que
pertencera a Cia Mogiana (CM) do seu ramal de Serra Negra e fora batizada de “Dr. Paulo
Nogueira”.
Algumas
obras de arte da pequena ferrovia eram impressionantes, como enormes cortes na
rocha por entre os canaviais, melhorando os aclives/declives e a ponte pontes
sobre o rio jaguari, toda em concreto armado que ligava os canaviais da
cachoeira e do campo do muzim. Outra das pontes era chamada de “ponte do
funil”, próximo a cachoeira do funil, a qual originava o nome de uma das
fazendas fundadoras. Sobre o Pirapitingui, a ponte vermelha ligando os
canaviais de cardina e caramujo à usina, e outra ponte metálica, junto ao
canavial do morro amarelo.
Cada
composição carregava em media 50 toneladas de cana por vez que eram
descarregadas direto na moenda. A usina possuía diferentes vagões tanque que
carregavam água para os bois, já que o trajeto do canavial ao leito da ferrovia
era feito em carros de boi.
Por
volta dos anos 60, a alta manutenção, a introdução de tratores e caminhões mais
modernos na lavoura, gera o declínio e o fechamento desta pequena ferrovia, em
exemplo a tantas outras. A usina continua suas atividades, modernizada, até
hoje em dia. No entanto guarda como monumento, expostas na entrada ao lado da
Capela, a locomotiva “Dr. Paulo Nogueira” e um vagão para o transporte de cana.
A maior parte do leito, ou sucumbiu ao canavial, ou tornou-se estrada para os
treminhões. Algumas pontes ainda são utilizadas. (Leandro
Guidini escreveu em 12/2016)
Gostei do didatismo do texto e também das fotos que você escolheu para ilustrar. Abraços. Eliana Belo do www.historiadeindaiatuba.blogspot.com
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ResponderExcluirAdoro histórias assim com ilustrações, a gente viaja no tempo. Parabéns.n
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