Casa sede da fazenda (revsta Brazil
Magazine - 08/1911). (Main house of the farm -
Brazil Magazine - 08/1911)
(For English, please see bellow)
A Fazenda Santa Theresa, de
propriedade da senhora Francisca Maria do Val, era uma das maiores propriedades
cafeeiras do município de Ribeirão Preto, sendo dona Francisca considerada uma
das "Rainhas do café", perdendo, por pouco, apenas para a senhora
Iria Alvez, dona da Fazenda Pau-Alto.
A Santa Theresa possuía um total de
mil alqueires de terra, com 800.000 pés de café produtivos, que lhe rendiam
cerca de cem mil arrobas de produção por safra (algo em torno de um milhão e
meio de quilos). Apesar de ser dona da propriedade, Dona Francisca, viúva, não
vivia em sua fazendo, tendo endereço em São Paulo, em um palacete na Alameda
dos bambus no bairro do sumaré, confiando a administração de sua fazenda ao Sr.
Theotonio Monteiro de Barros. Cento e vinte famílias moravam e trabalhavam na
fazenda, espalhadas em dez colônias, sendo a soma de trabalhadores da fazenda
algo em torno de 1500 pessoas. Era provida de um terreiro de secagem de café de
46.000 m², todo ladrilhado e servido por uma linha Decauville. Sua tulha
possuía maquinas de beneficiamento movidas a luz elétrica.
Acima e abaixo:
Terreiro e tulha da fazenda, com sua ferrovia decauville (Revista Brazil
Magazine - 08/1911) (Above and bellow: Yard and the farm granary, with its
railroad decauville - Brazil Magazine - 08/1911)
Para seu escoamento, o café era
carregado em carroças puxadas por animais até a estação homônima à propriedade,
na linha tronco da Cia Mogiana, em uma viagem que durava meia hora, feita três
vezes ao dia.
Com a construção do ramal de Jatahy e
Piraju pela Cia Mogiana, parte da via teria que passar pelas terras da fazenda,
gerando uma desapropriação de terras. Em contrapartida a isso, foi solicitado
por dona Francisca auxilio na construção de um ramal agrícola, em bitola de 60
cm, que ligasse sua tulha até a estação de Santa Theresa da CM. "Por
escriptura publica, relativa a passagem do ramal de Jatahy e Piraju, em terras
da fazenda da Exma. Sra. D. Francisca Silveira do Val, lavrada em 12 de Outubro
de 1910, foi estabelecido que a Companhia auxiliaria com trilhos, um pontilhão
e respectiva superestructura metallica de seis metros de vão e outros serviços,
a construção de um ramal ferreo que a mesma senhora construisse partindo da
estação de Santa Thereza e indo até a porta da machina de beneficiar café da
fazenda, com desenvolvimento de 3.487 metros." (relatório Cia
Mogiana, número 59 de 1911, páginas 234 e 235). O pontilhão citado era sobre o
próprio ribeirão preto, a ferrovia seguia o leito da CM por alguns metros,
virava a direita sobre o ribeirão e seguia pela encosta de um de seus afluentes
até a fazenda.
Mapa da linha (acervo Arquivo do
Estado de SP) (Map of the line - public archive os São Paulo State)
A obra de construção ficou a cargo do
empreiteiro Affonso Giongo, estando todo ele pronto em 1º de agosto de 1911,
quando foi entregue à circulação, a um custo, para a CM de 10:156$367. Na
estação da CM, havia um desvio terminal de 76 metros de extensão. A pequena
ferrovia possuía uma locomotiva e alguns vagões para o transporte do café. O
possível motivo da construção deste ramal era a praticidade e redução de tempo
nas viagens entre a fazenda e a estação. O que era feito em meia hora de
viagens em carro de boi, passou a ser percorrido em aproximadamente 10 minutos
de viagem, com maior lotação, melhorando o escoamento, sendo possível uma maior
produtividade. Não foi possível mapear o fechamento do ramal, porém, é
plausível acreditar que fora feito entre os anos 1940 e 1950, sendo a estação
de Santa Thereza fechada em 01/05/1964. (Leandro Guidini, apoio Rafael
Corrêa - março de 2014).
A estação de Santa Thereza, do lado
dos trilhos da Cia Mogiana. (Santa
Thereza station, at Mogiana Railway track side)
The Santa Thereza tramway.
The Santa Theresa farm , owned by Mrs. Francisca Maria Val , was one of
the largest coffee farms in Ribeirão Preto (São Paulo estate), Mrs. Francisca
being considered one of the " Queens of Coffee " , losing narrowly ,
only to Mrs.Iria Alvez, owner of Fazenda Pau - Alto.
The Santa Theresa had a total of one thousand acres of land with 800,000
productive coffee trees , which yielded him about a hundred thousand kilos of
production per crop (something around a million and a half pounds ) . Despite
owning property , Mrs. Francisca, widow , did not live in their making , having
address in São Paulo city. Maintaining the administration of his estate to Mr.
Theotonio Monteiro de Barros . One hundred and twenty families lived and worked
on the farm , spread over ten colonies , the sum of the farm workers somewhere
around 1500 people. Was provided with a yard for drying coffee 46,000 m² ,
tiled throughout and served by Decauville line. His granary owned processing
machines powered by electricity .
For runoff , the coffee was born in carts pulled by animals to
homonymous station property , on the main line of Cia Mogiana , on a journey
that lasted half an hour, taken three times a day .
With the construction of the extension and Jatahy and Piraju of Mogiana
railway , part of the route would have to pass through the farm lands ,
generating a land expropriation . In contrast to this, was told by Ms.
Francisca aid in the construction of an agricultural extension in gauge 60 cm ,
linking its fusty station of Santa Theresa of the Mogiana rr. "
For Deed publishes on the passage of the extension and Jatahy Piraju in the
farm lands of Hon . Dona Francisca Val Silveira's done at 12 October 1910 , it
was established that the company would help with rails , one small bridge and its
superstructure metallica six meter span and other services , the construction
of an iron extension that the same lady build him leaving the Santa Thereza
station and going to the door to benefit the coffee machines, in the farm, with
development of 3,487 meters. " ( report Cia Mogiana , Number 59 ,
1911, pages 234 and 235 ) . The small bridge was mentioned about the ribeirão
preto river, the railroad followed the line of the Mogiana rr. for a few yards
, turned right on the creek and followed the slope of one of its tributaries to
the farm.
The work of construction was the responsibility of the contractor
Affonso Giongo, all of it being done on the 1st of August 1911, when it was
delivered to the circulation, at a cost to the Mogiana rr. of 10:156 $ 367. In
the season, had a terminal deviation of 76 meters in length. The small railroad
had a one locomotive and a few wagons to transport coffee. The possible reason
of the construction of this extension was the practicality and reduction in
travel time between the farm and the season. What was done in half an hour
travel in bullock carts, went to be covered in approximately 10 minutes drive,
with greater capacity, improving the flow, with possible higher productivity.
Unable to map the extension of the closing, however, it is plausible to believe
that was done between the years 1940 and 1950 being the station of Santa
Thereza closed on 05/01/1964. (Leandro Guidini wrote, support Rafael Corrêa, in
March 2014).
show!
ResponderExcluirBom artigo. Ainda existem estes trilhos e locomotiva?
ResponderExcluirMuito bom o texto!!!
ResponderExcluirVc teria mais informações sobre a Fazenda Santa Teresa? Meu trisavô trabalhou lá!
Entre em contato comigo: lollatonet@gmail.com
Bela história, pena que acabou tudo , só lembranças restaram.
ResponderExcluirMuito legal! Meus trisavós trabalharam nessa fazenda entre os anos de 1888 a 1895. Poderia me dar dicas para achar mais material sobre a fazenda nesse período?
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